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quarta-feira, 13 de julho de 2011

HÁ 1 ANO, FALECIA SEVERINO GOMES. CONFIRA A TRAJETÓRIA DESTE GRANDE POLÍTICO PICUIENSE E SUA RELAÇÃO COM A POLÍTICA NACIONAL


Em 15 de julho de 2010, falecia na cidade de João Pessoa Severino Pereira Gomes: uma das figuras mais marcantes da história política de Picuí e de todo o curimataú e seridó paraibanos. Passado 1 ano, a população ainda lembra com alegria a sua trajetória que tem profundas relações com a política brasileira na 1ª metade do século XX.
Considerado como o "pai da pobreza" pela população, Severino Gomes, embora fosse um político respeitado e um dos maiores mineradores da região, nunca abandonou suas raízes. Foi exatamente por isto que ele ganhou tanto apoio popular e ainda ecoa seu nome na história.
Filho de Francisco Pereira Gomes e Rosa Amélia Gomes, nasceu no sítio Cauassú (Picuí) em 04 de maio de 1931. Exerceu diversas atividades ecônomicas: agricultor, comerciante e minerador.
Mas, seu grande talento estava, realmente, na política. Em 1968, foi candidato único a prefeito de Picuí pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional) obtendo 2.488 votos. Na época, o Brasil vivia o período de Ditadura Militar e o pluripartidarismo tinha sido extinto, restando apenas duas agremiações políticas: a ARENA (partido da situação) e o MDB (partido da oposição). Embora eleito pelo partido que defendia a Ditadura, seu governo não seguiu as práticas ditatorias do Governo Federal. Ao contrário, possuía uma forma de governar bem parecida com o regime populista que Vargas implantou no Brasil no período de 1930-1950. Não é à toa que, assim como o ex-Presidente, era chamado de "pai dos pobres", adquirindo intenso apoio das massas (principalmente as mais desprovidas financeiramente). Basta lembrar os versos que ecoavam em seus comícios: "Severino Gomes é nosso prefeito, ele é direito e trabalhador!", "Ele ajuda o pobre, faz muito favor, É um grande amigo do agricultor", "É um homem simples e muito sincero, é pelo minério um batalhador".
Exerceu o primeiro mandato de prefeito entre 30/01/1969 e 31/01/1973. Em 1976, candidata-se novamente pela ARENA desta vez tendo como adversário o sr. Pedro Tomaz Dantas, candidato também pela ARENA. Neste fato, pode-se observar o controle político que o Governo Federal impunha em todo o Brasil, mas, principalmente, no interior da Paraíba. Os adversários do governo eram perseguidos, fato este demonstrado pela existência da ARENA 1 e da ARENA 2 na política de Picuí. Consegue, novamente, uma grande vitória, logrando 3.909 votos (59,01%) contra 2.715 (40,99%) do seu adversário.
Neste segundo mandato, dá continuidade à forma política iniciada no anterior. Exerceu o cargo entre 31/01/1977 e 31/01/1983. Ao longo dos dois mandatos, construiu o Mercado Público, o Hospital Municipal e a sua grande obra, o Prédio da Câmara Municipal, atualmente conhecido como o "Ferro de Engomar" da Praça João Pessoa.
Com o desmembramento e o surgimento do município de Baraúna, candidata-se a Prefeito em 1996. No Brasil, já tinha havido a restauração da democracia e, desta vez, candidata-se pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista). Sem dúvida alguma, este foi, efetivamente, o partido "de sua cara". Considerado como o partido de Vargas, em seu estatuto prevê a defesa da população mais humilde e dos trabalhadores. O "pai dos pobres", finalmente, encontra seu recanto político. É eleito primeiro prefeito do município com uma grande vitória (1.254 votos - 63,88%) tendo como adversário o Sr. Auri Araújo Dantas (709 votos - 36,12%).
Na Prefeitura de Baraúna, envolve-se em alguns escândalos políticos, fato este que termina afastando-o da política. Candidata-se a prefeito do mesmo município em 2004, mas não obtém êxito, sendo derrotada por uma pequena maioria de 99 votos pela sra. Fátima de Ivan. Em 2006, candidata-se a deputado estadual, possuindo uma intensa votação na região do curimataú e seridó da Paraíba (Baraúna - 983 votos, Cuité - 512 votos, Nova Floresta - 510 votos, Nova Palmeira - 320 votos, Pedra Lavrada - 162 votos, Picuí - 3.034 votos, e Sossego - 130 votos). Porém, não conseguiu se eleger, obtendo um total de 6.252 votos. Sua última eleição foi em 2008. Na oportunidade, candidatou-se a prefeito de Picuí, mas foi seu pior desempenho político, sendo o último colocado com 129 votos (1,15%).
Em 2010, registrou sua candidatura, novamente, a deputado estadual, mas faleceu em 15 de julho. Suas últimas homenagens ficaram marcadas na história de Picuí, não apenas pelo número de pessoas, mas, principalmente, pelo teor da emoção. Populares de todas as classes sociais levavam fotos das campanhas anteriores. Os pobres, que o tinha como pai, fizeram questão de levar o corpo para ser enterrado. E, durante todo o trajeto, a Filarmônica de Picuí entoava sua música de campanha a qual era cantada por um enorme coro bastante emocionado.
Enfim, passado 1 ano de sua morte, a figura política de Severino Gomes continua viva como símbolo de uma era e do populismo não só em Picuí, como também em toda a região.


MATE AS SAUDADES E REVEJA A MÚSICA DE CAMPANHA DE SEVERINO GOMES

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