TEXTO 01:
ESSE NEGRO NÃO SE ENXERGA
Batacotó
Composição: Claudio Jorge / Nei Lopes
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Põe na cara desse negro, focinheira de latão
Põe golilha no pescoço, um tronco no coração
Nos dedos lhe põe anjinhos e no pé põe um grilhão
Dá-lhe com a Santa Luzia na grossa palma da mão
Mas cuidado com esse negro
Que esse negro é o cão
E se um dia ele se solta, Iaiá, não sei não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Muda o nome que ele trouxe em seu caçanje de nação
Ensina língua de gente, dá batismo de cristão
Põe um colete de couro, ele é negro turrão
Dá-lhe vara de marmelo, bacalhau e cinturão
Mas cuidado com esse negro
Que esse negro é cão
E se um dia ele se solta, Iaiá, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Não dá nada pra esse negro pra ele não ser cidadão
Pra morar deixa pra ele só morro, hospício e prisão
Diz que ele não tem passado, nem heróis, nem tradição
Que ele só sabe é de samba, de bola e superstição
Mas cuidado com esse negro
Que esse negro é o cão
E se um dia ele se solta, Iaiá, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Não sei, não, não sei, não
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar
Esse negro não se enxerga
Não conhece o seu lugar
Esse negro não se enverga
Esse negro é de amargar...
TEXTO 02:
TROPEIROS DA BORBOREMA
Luíz Gonzaga
Composição: Raimundo Asfora / Rosil Cavalcante
Estala relho marvado
Recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema
São tropas de burros que vêm do sertão
Trazendo seus fardos de pele e algodão
O passo moroso só a fome galopa
Pois tudo atropela os passos da tropa
O duro chicote cortando seus lombos
Os cascos feridos nas pedras aos tompos
A sede e a poeira o sol que desaba
Rolando caminho que nunca se acaba
Estala relho marvado
Recordar hoje é meu tema
Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema
Assim caminhavam as tropas cansadas
E os bravos tropeiros buscando pousada
Nos ranchos e aguadas dos tempos de outrora
Saindo mais cedo que a barra da aurora
Riqueza da terra que tanto se expande
E se hoje se chama de Campina Grande
Foi grande por eles que foram os primeiros
Ó tropas de burros, ó velhos tropeiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário